A hepatectomia é um procedimento cirúrgico que se destina ao tratamento de diversas condições hepáticas. Realizada no fígado, essa cirurgia possui técnicas específicas que são escolhidas com base nas particularidades e necessidades de cada paciente.
Neste artigo, vamos explorar as diferentes abordagens dessa cirurgia, proporcionando uma compreensão mais clara sobre o tema. Boa leitura!
Quando a hepatectomia é indicada?
No geral, uma hepatectomia é recomendada em casos de:
- Tratamento de Cistos Hepáticos: Embora muitas vezes benignas, podem necessitar de intervenção cirúrgica se causarem sintomas ou complicações.
- Remoção de Nódulos ou Tumores Primários: O fígado, como qualquer órgão, pode desenvolver tumores, e a hepatectomia pode ser a melhor opção para sua remoção.
- Cânceres em Metástases Hepáticas: Quando o câncer se origina em outra parte do corpo e se espalha para o fígado, a hepatectomia pode ser indicada para tratar estas metástases.
- Doenças Congênitas: Algumas condições congênitas que afetam o fígado podem necessitar de hepatectomia parcial ou total, dependendo da gravidade.
É crucial entender que a indicação para uma hepatectomia é uma decisão médica complexa. Cada paciente é único, e a decisão de prosseguir com a cirurgia é tomada após uma avaliação cuidadosa pelo cirurgião e pela equipe médica envolvida no tratamento.
Tipos de hepatectomia
Como apontamos na introdução do artigo, as abordagens da cirurgia do fígado podem variar conforme o problema, a condição do paciente e a necessidade de tratamento. Até por isso, existem diferentes tipos de hepatectomia, e dos quais vamos falar a seguir!
Nodulectomia
Realiza-se a ressecção apenas do nódulo de interesse, sem respeitar divisões anatômicas de lobo ou segmento hepático específico.
Hepatectomia direita
Nesse tipo de procedimento, a remoção do órgão ocorre de modo parcial. Para isso, é retirado apenas o lobo direito do fígado.
Hepatectomia esquerda
Por sua vez, a hepatectomia esquerda é também parcial. No entanto, o processo desse tipo de cirurgia no fígado é realizado somente no lobo esquerdo do órgão.
Segmentectomia
Na segmentectomia, a remoção é ainda menor e localizada em partes específicas. Costuma ser aplicada quando um setor ou segmento do fígado, apenas, foi atingido. E, com isso, a hepatectomia pode ser executada de modo preciso e pontual.
Trisegmentectomia direita
No caso da trisegmentectomia direita, o procedimento tem como objetivo a remoção de duas partes do órgão:
- Lobo direito;
- Metade medial do lobo esquerdo.
Lobectomia lateral esquerda
Quando uma lobectomia lateral esquerda é recomendada pelo médico, significa que a lateral do lobo esquerdo (que corresponde aos 2 e 3 do órgão), são removidos cirurgicamente.
Mas vale destacar que tanto esse tipo, quanto outras
operações hepáticas, podem ser realizadas de diferentes maneiras. Alguns exemplos:
- Via Aberta: Esta é a abordagem tradicional, conduzida por meio de uma incisão na parte superior do abdômen. É frequentemente usada para casos mais complexos ou quando é necessária uma visualização direta e ampla do fígado.
- Via Laparoscópica: Uma técnica menos invasiva que utiliza pequenas incisões e instrumentos especializados, incluindo uma câmera, para visualizar e operar o fígado. Esta abordagem tende a acelerar o processo de recuperação do paciente e reduzir o risco de complicações pós-operatórias.
- Cirurgia Robótica: Uma inovação na medicina, essa técnica utiliza robôs assistidos por cirurgiões para realizar a operação. Oferece precisão aprimorada, flexibilidade e controle, permitindo que os cirurgiões realizem procedimentos complexos com incisões menores e recuperação mais rápida para o paciente.
O que muda após a cirurgia de hepatectomia? O organismo sofre alterações?
Você sabia que o fígado é um órgão com a capacidade de se regenerar, com o tempo? Isso significa, então, que os diferentes tipos de hepatectomia podem até remover uma parte dele.
Mas a boa notícia é que o aumento de células começa a ocorrer tão logo a cirurgia é realizada.
Dessa maneira, os riscos de uma
hepatectomia são atenuados. Mas vale adiantar que o total da capacidade de regeneração varia. A doença é um fator limitante — a cirrose, por exemplo, limita essa possibilidade.
Além disso, vale a pena citar o que acontece no pós-operatório de uma cirurgia no fígado. A princípio, o paciente permanece sob observação para avaliar
sua função hepática.
Em ressecções hepáticas menores a alimentação pode ser iniciada no pós operatório imediato, evitando-se jejum prolongado.
Também vale destacar: o fígado costuma voltar ao seu tamanho original entre
quatro e seis semanas,
podendo recuperar toda sua função original.
Conclusão
Lidar com problemas hepáticos é uma situação delicada, e a melhor abordagem deve ser implementada com precisão e diagnóstico preciso.
Daí, a importância em ter médicos especialistas ao redor para atuar assertivamente no tratamento.
E agora que você já sabe quais são os diferentes tipos de cirurgia no fígado, aproveite para
conhecer o Dr. Guilherme Namur, médico com experiência em cirurgias hepáticas.
Para isso, entre em contato com a nossa equipe e
agende uma consulta para que possamos agir de modo personalizado conforme as suas queixas.
Artigo escrito por
Dr. Guilherme Namur
Cirurgia do Aparelho Digestivo
O Dr. Guilherme Namur é Cirurgião do Aparelho Digestivo formado pela Faculdade de Medicina da USP, com residência em Cirurgia Geral e Digestiva pelo Hospital das Clínicas. Atua com foco no tratamento de cânceres do aparelho digestivo, especialmente em cirurgia pancreática de alta complexidade, além de ser referência em técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia e cirurgia robótica, sempre aliado a um cuidado preciso e humanizado com seus pacientes.