Me formei em 2006 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fiz residência em Cirurgia Geral e, posteriormente, em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Após o término da minha residência em 2011, me dediquei ao tratamento do Câncer do Aparelho Digestivo, atuando no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, sobretudo em Cirurgia Pancreática, uma área com procedimentos de alta complexidade em que o número de casos tratados tem impacto direto nas taxas de complicações dessas cirurgias. O estudo desses resultados é a minha linha de pesquisa dentro da Universidade e o tema do meu projeto de doutorado. Desde que iniciei meus estudos em Cirurgia Pancreática, grande parte da minha dedicação foi em cirurgia minimamente invasiva, ou seja, feita através de pequenos cortes, primeiramente por via laparoscópica e recentemente por meio de cirurgia robótica.
Você já esteve em uma situação de nervosismo intenso e sentiu seu estômago revirar ou experimentou desconfortos intestinais? Não é mera coincidência. O intestino tem uma conexão profunda com o estresse. Esta relação, que vai além do simples desconforto ocasional, pode ter implicações significativas para a sua saúde geral.
O equilíbrio entre a saúde mental e a função intestinal é um tópico ainda não totalmente compreendido pela ciência, mas neste artigo, vamos abordar sobre como o estresse influencia o intestino e vice-versa. Continue lendo.
Muita gente costuma dizer que temos “dois cérebros”, sendo que um deles é, na verdade, o intestino. E a afirmação tem a sua explicação: é que o órgão “dialoga” diretamente com o cérebro assim como envia sinais para o restante do corpo.
Ambos são, inclusive, um sistema. São íntimos e as sensações que o intestino sente normalmente são percebidas pelo cérebro. Especialmente, em momentos de estresse.
A relação entre estresse e intestino é mais profunda do que muitos imaginam. Mas como exatamente o estresse influencia a função intestinal? Vamos explorar essa conexão.
O estresse, em sua essência, é uma resposta do corpo a situações percebidas como ameaçadoras. Esta resposta é mediada por uma série de reações hormonais e químicas. Quando o estresse é crônico, ou seja, persiste por longos períodos, essas reações podem ter efeitos prejudiciais sobre várias funções corporais, incluindo a digestão.
A resposta contínua ao estresse pode levar a uma série de alterações no sistema digestivo, tais como:
Estas alterações, quando persistentes, podem ter implicações significativas para a saúde digestiva e geral. A seguir, vamos aprofundar ainda mais nesta relação e entender suas implicações clínicas.
A interação entre o estresse e o sistema digestivo é notavelmente profunda. De fato, distúrbios gástricos frequentemente coexistem com condições mentais, como ansiedade e depressão. Esta conexão entre o cérebro e o intestino é tão estreita que elevações nos níveis de estresse podem manifestar-se em sintomas digestivos, mesmo na ausência de uma condição médica diagnosticada.
Por exemplo, sob estresse crônico, não é raro experimentar sintomas semelhantes aos da gastrite, como desconforto abdominal. Além disso, náuseas e outros sintomas digestivos podem surgir, mesmo quando não estão diretamente ligados a uma condição gástrica específica.
O estresse prolongado pode desencadear ou exacerbar várias condições intestinais, incluindo:
Muitas vezes, a abordagem inicial é tratar os sintomas manifestos. No entanto, em casos onde o estresse é um fator contribuinte significativo, é essencial abordar e gerenciar o estresse como parte integrante do tratamento.
Leia também: quais são os tipos de câncer de intestino?
A gestão eficaz do estresse não só beneficia a saúde mental, mas também pode ter um impacto positivo direto no sistema digestivo. A abordagem é tanto terapêutica quanto preventiva. Aqui estão algumas estratégias recomendadas para promover o bem-estar mental e, consequentemente, a saúde intestinal:
Em resumo, é essencial reconhecer o papel do estresse na saúde intestinal e adotar medidas proativas para gerenciá-lo. Faça uma autoavaliação e tente compreender o quanto o estresse tem interferido na sua qualidade de vida.
Saiba mais: dor abdominal intensa pode ser pancreatite?
Estresse e intestino estão intimamente ligados. E esse é um sinal de alerta que você deve aprender a reconhecer para tratar a causa do problema, e não simplesmente os seus sintomas.
Mas, como vimos, é sempre importante atentar-se a todos os sinais que o seu organismo está tentando transmitir.
Por isso, para avaliar se o estresse e intestino estão em dia e sem riscos para você, procure o acompanhamento de um cirurgião do aparelho digestivo. Conheça o Dr. Guilherme Namur e agende uma consulta conosco!