Saiba tudo sobre hérnia umbilical

Guilherme Namur • 22 de junho de 2020

As hérnias abdominais ocorrem quando parte de um órgão, geralmente as alças do intestino delgado, se desloca através de um defeito  na parede abdominal , levando à modificação no formato do abdômen.

As hérnias umbilicais são mais comuns em bebês, mas também podem afetar adultos. Em crianças, o defeito geralmente fecha espontaneamente nos primeiros anos de vida, portanto não são necessárias intervenções.

Após os dois anos de idade, o defeito dificilmente desaparece espontaneamente, principalmente em adultos e portanto a maioria dos casos exige reparo cirúrgico, especialmente se o paciente apresentar algum sintoma.

Saiba neste artigo o que é hérnia umbilical, seus sintomas, causas e fatores de risco. Conheça, ainda, como é realizado o seu diagnóstico e qual o tratamento mais indicado para o problema.

Boa leitura!

O que é hérnia umbilical e quais os seus sintomas?

Trata-se de um defeito na parede abdominal na região da cicatriz umbilical , por onde os vasos entram e saem do feto durante a gestação e chegam até a placenta.

Quando o cordão umbilical sofre esclerose nas primeiras semanas de vida, ele costuma cair, criando uma área de defeito na parede. Ele se fecha espontaneamente na maior parte das pessoas, porém, cerca de 20% da população mantém uma abertura da parede abdominal na região da cicatriz umbilical.

Há situações em que podem surgir sintomas relacionados a esse defeito da parede abdominal, como o abaulamento ou a protrusão do conteúdo do interior do abdômen através da cicatriz.

A dor local ao tocar ou ao realizar algum tipo de esforço também é comum, especialmente nos estágios iniciais da hérnia umbilical.

Em pequenas hérnias, complicações como estrangulamento de alças do intestino ou de conteúdos da cavidade são muito mais raras do que em quadros de outras hérnias da parede abdominal.

Como diagnosticar uma hérnia umbilical?

Na maioria dos casos, não é preciso realizar qualquer exame para diagnosticar uma hérnia umbilical. A avaliação do histórico clínico e das queixas do paciente associada ao exame físico já são suficientes para determinar o diagnóstico.

Caso o médico fique em dúvida sobre o tipo de hérnia, ele poderá solicitar alguns exames específicos, como ultrassonografia de abdômen e ressonância magnética. Porém, são raras as vezes em que isso é necessário.

Quando a hérnia umbilical é diagnosticada em sua fase inicial, é possível reduzir o conteúdo herniário, devolvendo-o para a cavidade abdominal.

Caso haja maior demora no diagnóstico, o conteúdo pode aumentar e se tornar volumoso, aumentando os desconfortos e as dores, bem como o risco de estrangulamento do intestino.

Quais as causas e fatores de risco da hérnia umbilical?

Em bebês, a causa mais comum está vinculada ao cordão umbilical, situado em uma pequena abertura do músculo abdominal do bebê. Essa abertura costuma fechar logo após o nascimento, porém, quando a musculatura não se junta completamente, pode levar ao desenvolvimento da hérnia umbilical mesmo que à longo prazo.

Em adultos, o seu desenvolvimento costuma estar relacionado à pressão abdominal , que pode estar relacionado a:

  • Obesidade;
  • Cirurgia abdominal anterior;
  • Múltiplas gestações;
  • Presença de fluido na cavidade abdominal;
  • Diálise peritoneal – para tratar insuficiência renal.

Em bebês, os principais fatores de risco é o nascimento prematuro e com baixo peso. 

Já em adultos, o excesso de peso e a gravidez múltipla são considerados os principais fatores que elevam as chances de desenvolver uma hérnia umbilical. Por esse motivo, costuma ser mais comum em mulheres.

Como tratar a hérnia umbilical?

O tratamento dessa alteração é essencialmente cirúrgico . Isso porque, por se tratar de um defeito na musculatura, essa é a única maneira de corrigi-lo definitivamente.

As hérnias pequenas e assintomáticas eventualmente podem ser apenas observadas. Entretanto, quando sintomáticas, principalmente com a presença de dor, os riscos de complicações são maiores e, por isso, é essencial que sejam tratadas.

Uma outra indicação do tratamento cirúrgico é quando as queixas são estéticas , pois o abaulamento da região umbilical pode incomodar alguns pacientes. Mas os riscos de complicações graves, nestes casos, são mínimos.

A cirurgia para hérnia umbilical é de baixa complexidade . Envolve a dissecção do anel herniário, a redução do seu conteúdo para dentro da cavidade abdominal e a síntese do defeito da parede abdominal.

Em hérnias grandes, com cólon maior que 2 centímetros, costuma ser necessário o implante de uma prótese, que, no caso, é uma tela de um polímero ou plástico, para reforço da parede.

A cirurgia pode ser realizada de forma convencional, ou seja, aberta, ou por laparoscopia, que é minimamente invasiva.

Como é o pós-operatório?

O pós-operatório normalmente transcorre sem maiores complicações. Muitos desses procedimentos são feitos em um sistema de hospital-dia, com o paciente recebendo alta no mesmo dia.

A principal queixa dos pacientes é a presença de dor ou desconforto local. Nestes casos, podem ser administrados analgésicos, para minimizar tais sintomas.

Inchaço ou hematoma na região também é normal, bem como a ocorrência de  alterações no trato intestinal.

A principal orientação após a cirurgia é manter repouso, sobretudo de atividades físicas, por algumas semanas. Durante o período pós-operatório, atividades leves devem ser evitadas por 2 a 3 semanas , enquanto atividades intensas podem ser retomadas apenas após 6 semanas.

Além disso, por segurança pessoal, é recomendado não dirigir durante 3 e 5 dias após o procedimento.

Fique atento à qualquer alteração na região abdominal

 

As hérnias abdominais atingem entre 20% a 25% da população brasileira adulta , segundo dados da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal . Seus sintomas mais comuns são a presença de dor local e o abaulamento na região da cicatriz umbilical.

 

Apesar dos incômodos não serem tão graves, a recomendação é que a pessoa procure ajuda médica e avalie a necessidade de realizar um procedimento cirúrgico. Isso porque, com o tempo, os riscos à saúde se elevam, podendo levar ao estrangulamento do intestino e até à óbito.

 

Portanto, na dúvida, consulte um profissional especializado!Continue no nosso blog e confira outros conteúdos relacionados ao aparelho gastrointestinal.

 

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