Tire suas dúvidas sobre o tratamento para colecistite aguda
Guilherme Namur • 17 de setembro de 2019

Cerca de 10% da população ocidental sofre com os cálculos de vesícula e a incidência tende a aumentar com a idade. A colecistite aguda é uma inflamação aguda da vesícula biliar, que ocorre pela obstrução do ducto cístico (via de entrada e saída de bile para a vesícula biliar) geralmente causada por um cálculo biliar. Devido à alta taxa de incidência da doença, o tratamento para colecistite costuma ser muito buscado. Por isso, hoje queremos esclarecer as principais dúvidas relacionadas ao assunto.

Neste conteúdo, mostraremos uma série de informações importantes sobre a colecistite, seus principais sintomas e forma de tratamento. Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue acompanhando a leitura do artigo para conferir.

O que é colecistite aguda?

É uma enfermidade comum em emergências do mundo inteiro. Geralmente, é causada quando ocorre inflamação na parede da vesícula secundária e a obstrução no ducto cístico por um cálculo, o que causa dor aguda. A colecistite é considerada crônica quando os episódios de cólica biliar, causados por cálculos de vesícula, ocorrem repetidamente.

Quando o cálculo deixa de obstruir a saída da vesícula, esses episódios resolvem-se sozinhos. Contudo, com o decorrer do tempo, as paredes da vesícula sofrem um espessamento. Logo, sérias complicações podem aparecer – como fístulas – aumentando significativamente as dificuldades do tratamento cirúrgico.

Quais são os sintomas da colecistite aguda?

O sintoma mais característico é uma dor aguda e intensa no quadrante superior direito do abdômen. Diferentemente das crises de cólica biliar, a dor não passa espontaneamente. Além disso, é comum que o paciente apresente sintomas como:

  • Febre baixa (geralmente 38°C);
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Anorexia;
  • Icterícia (amarelamento de tecidos).

Existem casos em que, mesmo que não existam cálculos na vesícula, o indivíduo apresenta colecistite aguda. Conhecida como colecistite alitiásica, a doença se manifesta em pacientes com diversas complicações clínicas, em especial, naqueles que se encontram internados em UTI.

Como a colecistite é diagnosticada?

Quando a pessoa sente dores abdominais em cólica no lado superior direito do abdômen, deve-se procurar atendimento médico para avaliação. Para o diagnóstico, deverá ser solicitado uma ultrassonografia do abdômen. Na maioria dos casos, o exame será suficiente, descartando-se a necessidade de uma ressonância ou tomografia, por exemplo.

Por se tratar de um quadro de  inflamação, é possível que o paciente esteja com uma quantidade maior de glóbulos brancos, por isso, o médico poderá solicitar também exames de sangue para o diagnóstico.

Como é o tratamento para colecistite?

Quando diagnosticada a colecistite aguda, na grande maioria das vezes, é necessária internação hospitalar para a remoção da vesícula biliar . Antes da cirurgia, antibióticos serão também administrados. A cirurgia de colecistite é conhecida como colecistectomia e consiste na retirada do órgão (vesícula biliar).

Colecistectomia videolaparoscópica

 Sob efeito de anestesia geral, o procedimento é realizado por meio dos seguintes passos:

  1. Uma agulha é introduzida por meio de uma pequena incisão no umbigo, para que a cavidade abdominal seja enchida de gás carbônico. Isso é necessário para que seja criado um espaço e a cirurgia possa ser feita;
  2. Uma câmera de vídeo é introduzida através de um tubo metálico e as imagens da cavidade são visualizadas em um monitor;
  3. Para que as pinças que serão utilizadas durante a cirurgia sejam colocadas, são feitas mais três pequenas incisões de 5 mm;
  4. Uma radiografia do canal biliar é feita durante a cirurgia para detectar cálculos biliares. Caso sejam identificados, serão removidos durante a cirurgia;
  5. Se nenhum cálculo no canal for identificado pela radiografia, a vesícula será descolada de seu local. Então, o canal da vesícula e a artéria cística serão ligados e, ao final, o órgão é removido pelo orifício feito para entrada da câmera.

Neste texto, falamos sobre os principais pontos relacionados ao tratamento para colecistite. Esperamos que suas dúvidas tenham sido sanadas. No entanto, este artigo não substitui a consulta médica. Caso apresente qualquer sintoma da doença, consulte um médico especialista.

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Artigo escrito por

Dr. Guilherme Namur

Cirurgia do Aparelho Digestivo


O Dr. Guilherme Namur é Cirurgião do Aparelho Digestivo formado pela Faculdade de Medicina da USP, com residência em Cirurgia Geral e Digestiva pelo Hospital das Clínicas. Atua com foco no tratamento de cânceres do aparelho digestivo, especialmente em cirurgia pancreática de alta complexidade, além de ser referência em técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia e cirurgia robótica, sempre aliado a um cuidado preciso e humanizado com seus pacientes.

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